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sábado, 6 de agosto de 2011

Nossa História - Eloise e Bernardo

Meu nome é Eloise, sou de MT, tenho 25 anos e sou solteira.


Com 8 meses

Engravidei em 2009 do meu ex-namorado. Descobri com 5 semanas e desde então já comecei a tomar o ácido fólico e a me cuidar mais.  Passada uma semana comecei a ter ameaças de aborto, que durou 2 meses... Como disse a médica: - “às vezes quando a criança não está vindo ‘perfeita’ o corpo tenta expulsar”.

Na US de 18 semanas recomeçou minha agonia.. Meu filho realmente tinha problemas... O Bernardo apresentava Onfalocele, que é um defeito no fechamento da parede abdominal com alguns órgãos exteriorizados (fígado e intestino). A onfalocele não vem sozinha e então meu bebê tinha a Hérnia Diafragmática.

No começo os médicos se enganaram, acharam que era um cisto pulmonar e não HDC, que só foi descoberta o que era na US morfológica com 21 semanas. Na US aparecia uma bolha enorme grudada na barriga do meu filho, aquilo era muito estranho e triste para mim, e por essa malformação me parecer mais apavorante por ser visível, eu não dei tanta importância para HDC.

Até conversei com mães que tiveram bebes com onfalocele, que falaram de outras hérnias de simples correção. Não achei que fosse algo tão sério. Mas era a HDC que ia tirar ele de mim.
Acho que nem os próprios médicos por onde passei aqui em Rondonópolis sabiam o que era, e eu fiquei como que sozinha no escuro, sem entender o que se passava.

Acredito que foi providência de Deus essa ‘cegueira’ sobre o assunto porque busquei muito, pesquisei muito! Curiosamente, não encontrei nada sobre HDC que passasse de 5 linhas. Procurei no Google, procurei comunidades no Orkut e não achei nada! Fiquei sem entender o problema, e foi melhor assim.

Com 6 meses de gestação fui p/ São José do Rio Preto, para ter o melhor tratamento, pois os médicos disseram que aqui ele não teria chance. Refiz todos os exames, fiz ressonância magnética, ecocardiografia e muitas US. Num dos US uma médica descobriu que o fígado também estava para fora, achavam que era só o intestino.. E ela me disse que não sabia o que era pior, ele estar fora ou se estivesse dentro da barriguinha dele.

Não tinha mais espaço p/ nada, os órgãos estavam todos fora do lugar, e a subida do estômago para cima do pulmão esquerdo empurrou o coração para cima do pulmão direito. Nos exames não conseguiam ver seus pulmões.

Me chamou a atenção a história da Taís, pois sua bebê tinha um pulmão com 13 gramas e o outro com 3 gramas. O meu Bê, tinha um com 5 e o outro tinha 3 gramas...  Eles praticamente não existiam, e meu anjo viveu 3 horas e 20 minutos.

Ele nasceu dia 16/06/2010, com 3.025 kg, não o mediram acho que por causa da correria p/ salvá-lo.
Ele nasceu com Apgar 1 e o de cinco minutos foi 3.. Ele nasceu já muito mal mesmo, mas foi muito forte... Foram 3 paradas cardíacas, até ele não resistir.

Depois que perdi o Bê, pesquisei hipoplasia pulmonar (que foi a causa da morte) e apareceu tudo o que precisava saber... Achei todos os procedimentos da cirurgia intra-uterina de correção com o balãozinho, e até levei pro hospital no meu retorno do parto, mas a médica disse que tudo que era possível para salvar meu filho foi feito. Na hora não acreditei muito, fiquei com raiva dela...
Mas era verdade. Na comunidade que agora existe sobre HDC, vi que crianças que possuem outros problemas estruturais não podem passar pelo procedimento.

Hoje eu só acho estranho todos esses recursos em medicamentos pra HDC, pois não usei nada, nem p/ amadurecer os pulmões.. Acho que também não adiantaria.

Os médicos me esconderam muito porque não tinha muito o que fazer.  

Autorizei a autópsia, e fiz acompanhamento genético. Eram muitas malformações p/ um bebê só, além das duas que citei, faltavam dois dedinhos na mão esquerda. Pude ver ele, e não parecia que tinha essas coisas, as malformações preferi não ver.

P/ mim ele é perfeito e lindo... E geneticamente falando ele não tinha nada, e nem eu.

Bernardo: morfológica com 21 semanas

Quisera eu poder aqui contar uma história de sucesso, mas no meu filho eram problemas demais, e realmente não tinha jeito.

Vi que muitos casos têm solução, e fico feliz por essas mães que tem seus filhos.
Desejo sorte e saúde a todos que estão nessa luta, não é fácil... Mas não percam o otimismo!

Bjos

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