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quinta-feira, 15 de março de 2012

Nossa História - Marcela e Maria Eduarda

Meu nome é Marcela Fonseca Araujo, tenho 29 anos, casada e moro em Belo Horizonte-MG.
Vou contar um pedaço da triste historia da minha vida.

Tenho uma filha de 10 anos, Júlia. De um relacionamento anterior.
Sou casada á 4 anos e em março de 2011 decidimos engravidar... Em abril fiz o teste e deu positivo!

Procurei minha médica a qual freqüentava periodicamente á 10 anos para começamos o pré-natal. Todo estava normal, exames, ultrassons e não víamos o momento de descobrirmos o sexo do bebê para começarmos o enxovalzinho.

Com 22 semanas no dia 14/09/11 fiz o ultrassom morfológico e fui com o pensamento "hj eu descubro o sexo de meu bb", mas a Dr. fez com que isso se tornasse menos importante no momento em que disse q o estômago do meu bb estava ao lado do seu coração, e que o coração estava no eixo direito do peito... Disse para procurarmos um especialista em medicina fetal urgente e no laudo ela escreveu "hérnia diafragmatica!"

Assim que terminou a ultra comecei a chorar e quando cheguei no meu trabalho fui direto para a internet para procurar o significado. Logo comecei a ligar e procurar um medico especialista e achei! Marquei no outro dia...A medica que eu comecei o pré-natal, havia ouviu dizer mas nunca acompanhou caso de paciente com bebe portador de HDC. Então decidi mudar de medico(a).
Dia 15/09 o medico especialista em medicina fetal de imediato nos disse "quer saber o sexo?" Sim, queremos!! E ele escreveu na ultra e falou em voz de bebe "sou mocinha mamãe".

Em seguida nos confirmou a HDC e explicou como era a tal má formação e  marcou a aminocentese para outra semana. Com o resultado satisfatório do cariótipo do nossa filha em mãos voltamos no médico. No exame falava que o bb era normal. E o medico disse que não havia possibilidade nenhuma no nosso bb viver depois do parto.

Meu mundo caiu e novamente decidi procurar outro medico. E achei! Dr. Marcos, ele nos deu esperança, e também nos encaminhou na mesma semana para uma consulta/avaliação com o Dr. Fábio em Campinas/SP, onde o mesmo avaliou a hérnia da nossa filha e disse que não faria a cirurgia intra-uterina por que só estava herniado o estômago e com um órgão possibilidade de sobreviver depois do parto, disse que quando há outro órgão fica mais complicado. Voltei de Campinas cheia de esperança.

Daí comecei um pré-natal quinzenal com Dr. Marcos e depois da 32º semana, as consultas eram semanais. O Dr. sempre falava a verdade, e disse que a nossa filha tinha 50% de chances de vida. Maria Eduarda movimentava bastante na minha barriga, nesse finalzinho de gestação eu não conseguia dormir á noite, até cantava para ela dormir a música "aos olhos do Pai".

Meu parto foi marcado pra o dia 02/01/2012. Uma cesárea com 37 semanas, na maternidade Unimed-Belo Horizonte.
Às 12:20 nasceu minha princesa com 2,650. Ainda ouço um leve som do seu choro, mas não pude -la pois os pediatras a levaram para uti-neonal da maternidade no mesmo instante. Meu marido a acompanhou e ficava me trazendo noticias da nossa filha.

Fui conhece-la no outro dia por causa do efeito da anestesia. Entrei na UTI-Neonal e a vi lindaaaaaaa! Mas cheia de aparelhos e sem se mexer. Pensei: "até ontem, eu sentia seus pés, mãos, teu corpo em movimento constante dentro de mim e agora minha filha aqui anestesiada sem poder se mexer.."

Toda aquela dor que eu sentia nos pontos ficou pequena. O que eu mais queria naquele momento era pegar minha filha, tira-la logo daqueles aparelhos e ir embora para casa.

Mas ao mesmo tempo pensava que ela ia ficar bem, ia fazer a cirurgia e enfim iriamos embora para nossa casa, nossa família.

Os médicos falaram que a Maria Eduarda precisa manter um quadro estável de 72 horas para fazer a cirurgia, o que não aconteceu. O quadro clinico dela oscilava bastante, sua freqüência respiratória e cardíaca mudavam muito.

E foi assim, dia após dia naquele hospital. Os médicos estavam aguardando um quadro estável e nós também..
Do céu ao inferno.

No dia 05/01/2012 ás 18:30, minha filha se foi. Que dor é essa?

A médica veio em minha direção balançando a cabeça e me dizendo que foi feito de tudo...e pediu se eu queria carrega-la no colo.

Carreguei! Minha filha morta nos meus braços. Não entendi e não entendendo o por que tudo isso aconteceu. É difícil descrever o sentimento de dor no momento que seu filho morre... Como isso se chama?Quando perdemos nossos pais ficamos órfãos Se perdermos nosso maridos ficamos viúvas. E para os pais que perdem os filhos???

Como pode um bebê que acabou de nascer, morrer? Seputar seu proprio filho?

Para as pessoas que nos cercam a vida dela acabou de começar, mas para nos "pais" ela iniciou uma vida á 9 meses. E que por mais que dizem: "Você é nova, pode arrumar outro.." "A vida continua..." Não é bem facil assim. Posso sim tem mais outros filhos (meu médico disse que a probabilidade de ocorrer HDC novamente é como se um raio caíse 2x no mesmo lugar), mas nenhum outro substituirá essa...Minha Maria Eduarda.  Não me conformo, não vou me conformar! E vou ficando aqui com a saudade, vazio da filha que gerei e não levei para casa.


""A dor silenciosa de uma mãe que perdeu seu bebê é para sempre.
Cada dia que passa é um dia a mais para lembrar que o filho tão esperado estaria correndo, brincando, balbuceando as mais lindas palavras : "papai e mamãe".
Cada dia que passa, é um dia a mais de saudade e tantos mais virão. Dor que cala e não é visível por quem nos rodeia, pois como dizem, a vida continua, mas para quem perde alguém tão importante, a vida até continua, porém com um vazio imenso, com sonhos inacabados e nunca substituídos""


Segue agora algumas fotos...
 Eu grávida de 7 meses.

Eu e minha filha Júlia.

 Maria Eduarda...





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