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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Quando tudo parecia bem, demos um passo para trás...

Nos dias que sucederam a cirurgia o cirurgião nos disse que seria normal ela fazer quedinhas (palavra que ouvíamos muito, que significava que ela daria uma pioradinha), mas ela continuou muito estável, foi aí que começamos a chamá-la de que guerreirinha.
Chegávamos ao hospital cedinho e a primeira coisa que olhávamos eram os parâmetros do respirador, e todo dia a pediatra baixava um pouco.

Então na terça-feira 27-09-2010 (sétimo dia em Porto Alegre), chegamos um pouco mais tarde no hospital pois fomos registrá-la, quando chegamos olhei na sala 4 e ela não estava lá, nisso vem a enfermeira ao nosso encontro e nos diz assim: estávamos mesmo querendo falar com vcs. Quase desmaiei, minhas pernas começaram a tremer... Dai ela disse: Vcs tem que comprar um bico pra Cecília, ela agora esta na sala 1.

Quando entramos na sala, uma criança chorava sem parar, um chorinho rouco, foi então que me dei conta que era ela que estava chorando... Ela estava extubada (sem o tubo de oxigênio) no colo de uma das tias da NEO. Estava usando somente o cpap (que é aquelas manguerinhas no nariz que ficam mandando um arzinho pra ajudar na respiração) Enquanto ela estava entubada não se ouvia o choro, ela chorava mas sem ruídos, apenas se via pelas feições que ela estava chorando. Foi a primeira vez que ouvi o choro dela, quando lembro desse dia, não tenho como conter as lágrimas, eu não segurei a emoção e comecei a chorar... Minha emoção ficou maior quando a pediatra de plantão pediu para que eu me sentasse e me deu ela no colo. Foi um dos momentos mais felizes da minha vida! Ela estava muito agitada e chorosa, então comecei a conversar com ela, e ela foi se acalmando, fiquei pasma! Foi aí que percebi o que uma mãe é pra um filho. Fiquei um tempão com ela no colo, cantei pra ela, conversei, enfim eu fiz tudo que sempre sonhei fazer no dia que a teria nos braços pela primeira vez, esse dia não pode ser logo que ela nasceu, mas finalmente ele chegou.

Saímos pra almoçar e ligamos para mil pessoas contando a novidade, estávamos rindo a toa, nunca imaginamos que em tão poucos dias, ela já estaria tão bem...

Mas como diz o ditado, alegria de pobre dura pouco... Quando voltamos, tinham tirado o cpap e a tinham colocado na campânula (parece um capacetinho de acrílico que fica na cabeça dela e o ar fica circulando la dentro). Só que ela não parecia nada confortável...

Saímos e voltamos mais tarde, meu Deus quando lembro do rostinho dela, tenho vontade de chorar... Ela ainda estava com a campânula, ela estava em pânico, muito pálida, suando e chorando muito. Fiquei desesperada, olhei pro Rafa e ele estava pálido, minhas pernas tremiam sem parar... Não conseguiam acalmar ela. Quando lembro do rostinho dela dentro daquele troço, tenho vontade de chorar.

Então veio a pediatra de plantão e nos disse que teriam que entubá-la de novo, pois ela havia cansado muito e estava sofrendo.

Ficamos desolados, chorei, chorei, chorei por horas a fio... O cirurgião veio conversar conosco, e disse que achávam que ela estava com alguma infecção pois estava muito pálida. Foi um banho de água fria em tudo de bom que vinha acontecendo.

Fomos pra casa, arrasados, eu não conseguia parar de pensar no rostinho dela e chorava cada vez.

Quando chegamos a Eda estava nos esperando na porta, viu pela nossa cara que as notícias não eram boas, e veio nos abraçar.Ela foi fundamental para nossa saúde mental no período que estivemos em POA, ela sempre dizia as palavras certas nos momentos certos, sempre nos recebia com abraços e palavras de conforto.

Naquela noite quando fomos deitar, o Rafa ligou pra NEO, e disseram que ela estava mais calma, isso nos tranquilizou um pouco.



Foto do primeiro colo, emoção indescritível. Cecília com o cpap no narizinho.

4 comentários:

  1. Aff....Sabe, eu ficava sabendo de tudo, porque a Eda acabava ligando pra mim...E eu tentava mandar boas energias pra vocês através dela. Que sufoco, hem...

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  2. Oi Débie.
    Impossível eu não desabar ao ler teus relatos. Não sei se quem lê tem um pouquinho que seja da noção do que tu estás falando. As emoções, inseguranças, alegrias, tudo... é infinitamente maior e mais intenso do que conseguimos resumir em algumas palavras, não é ? Ainda não tive nem coragem de pegar as anotações que eu fazia dia-a-dia enquanto o Lorenzo esteve internado. Também tomei sustos assim como você e o primeiro foi chegar na UTI e ver umas 7 pessoas envolvidas em volta de um bebê, quando percebi que era o Lorenzo que estava sendo reentubado. Perdi o chão. Sabia que algo não estava bem. Passei a noite anterior sem conseguir dormir e não sabia que sentimento angustiante era aquele : pura intuição de mãe. A gente acaba tendo que acostumar com o ditado : "dois passinhos prá frente e um prá trás." Não é fácil, mas vencemos, não é, amiga ?
    Parabéns pela coragem e força de postar toda a tua experiência. Com certeza será de grande valia para muitas mães que ainda se depararão com momentos como o que vivemos : nos sentindo as últimas pessoas do mundo e perguntando "por que com meu bebê ?" Foi graças a uma atitude como a tua, de uma mãe que resolveu divulgar sua experiência com a cardiopatia do filho, que consegui descobrir como salvar o Lorenzo, através do site www.pequenoscoracoes.com. Que Deus os abençoe e continue dando muita vida para a tua "batatinha" linda. Com carinho, Isa.

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  3. Bom Débie,já te disse que te admiro muito por relatar tudo isso...e a cada dia que leio o blog, me emociono..lembro de cada dia q passava, e não tinhamos notícas de vcs,o que nos deixava com uma agonia muito grande.. e, a cada notícia recebida eram uma emoção. Todos os dias, em diversos momentos, parava pra rezar e pedir pra que papai do céu iluminasse aquele pequeno anjo e desse muita, mas muita força pra vcs lá, pra poder enfrentar tudo. Foram momentos, e muito dias difíceis..mas hj, esatamos aqui, com essa princesinha linda..e com a família unida e feliz. Que Deus ilumine vcs sempre. Beijão...Patty

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  4. Débie impossível não se emocionar com as tuas palavras.
    Tenho certeza que tudo isso só fez vocês ficarem mais fortes.
    Que Deus abençoe grandemente sua linda família.
    Beijosss.

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