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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O dia mais crítico


No dia seguinte, dia 06-10-2010 (décimo quarto dia em POA) chegamos ao hospital um pouco mais cedo do que de costume, ela já não estava tão calma quanto ontem... Colocaram ela no meu colo, e nem isso a acalmou, o Rafa e eu começamos a ficar tensos, foi como um filme da terça – feira dia 27/09/2010...

Passamos toda a manhã agoniados.

Minha mãe havia ido pra lá pois o Rafa iria de novo pra Garibaldi e ela ficaria comigo...

Um pouco depois pediram pra sairmos da sala e começamos a perceber uma movimentação estranha... Sentamos na salinha dos pais e começamos a rezar...

Ninguém vinha falar conosco... Minha mãe que estava na portaria continuava mandar eles nos avisarem da chegada dela, mas não queríamos sair da Neo sem saber o que estava acontecendo...

Em certo momento fui até o corredor e percebi que a tinham levado de volta pra sala 4 (onde ficava sozinha), a encubadora estava aberta, (a própria encubadora em momentos críticos vira uma maca de reanimação), haviam 7 pessoas em cima dela, eram médicos, técnicas de enfermagem e enfermeiras, nesse momento perdi as forças das pernas, meu coração disparou, e na hora pensei no pior...

Voltei pra salinha dos pais e contei chorando desesperada pro Rafa... Não sabíamos o que fazer, não tínhamos coragem sequer de levantar pra chamar alguém.

O tempo ia passando e ninguém vinha conversar com a gente, na nossa cabeça eles não tinham coragem de vir nos dar a pior noticia... Então de repente veio a pediatra de plantão, sentou do meu lado, colocou a mão na minha perna e disse assim: Olha, ela teve uma falência respiratória! Quando ela disse falência nem ouvi o resto, me desesperei, e estava certa de que o pior havia ocorrido!
Ela continuou falando, disse que ela havia ficado muito cansada sem o tubo, e que chegou no seu limite, quase teve uma parada cardiorespiratoria. Quando ela disse isso, nos deu a entender que ela estava viva, daí o Rafa perguntou: Doutora, mas ela esta viva???? Ela olhou pra nós e disse: sim, ela ta viva!!! Meu Deus do Céu, o Rafa e eu nos abraçamos e choramos como crianças... Tremíamos sem parar...

Então as 13:00 nossa pediatra veio conversar com a gente e disse que ela estava bem. Passamos toda a tarde sem sair da Neo, mas não tínhamos coragem de sair da salinha dos pais pra ir vê-la.
As 14:40 a pediatra dela voltou e nos disse que ela teve uma pneumonia que pode ter sido aspiratória ou infecciosa, e que iam fazer exames para terem certeza. Ela pediu se tínhamos ido vê-la e dissemos que não! Ela então me pegou pela mão e me levou até lá, entrou comigo e disse assim: Mami, essa menina é uma lutadora. Olhei pra ela e ela estava dormindinho, bem calminha, desabei no choro de novo.
Esse foi de longe o pior de todos os dias que passamos em POA.
Nesse dia o Rafa decidiu largar tudo, abandonou o emprego e disse que só voltaria pra Garibaldi com ela. Minha mãe então pegou a passagem dele e voltou pra casa.

Esse dia como dizia a Eda, foi punk, aliás como muitos outros. Não tem situação pior do que não saber o que esta acontecendo e você se encontrar de mãos atadas. O mais doloroso era ver ela sofrendo e só poder esperar, esperar, esperar...

No dia seguinte chegamos um pouco mais tarde ao hospital, depois de todo o stress que passamos no dia anterior, parecia que tínhamos corrido a são silvestre ida e volta.

Ela estava bem calma, batimentos e saturação normais...

Então as enfermeiras e técnicas que estavam com ela no momento crítico vieram falar conosco, pediram como estávamos.. A pediatra de plantão que conversou conosco ontem, veio ver como estávamos, disse que ficou com o coração na mão de ver o nosso desespero e dizendo isso encheu os olhos de lágrimas.

A Cecília sempre foi muito forte, as técnicas disseram que no momento crítico haviam dado 3 mls de morfina e ela continuava lutando. No dia seguinte colocaram a fixação do tubo de adulto nela, pois ela continuava tentando o tirar. Quando vi ela com aquele mega esparadrapo na boca, comecei a chorar, tadinha, era de partir o coração.

Foto tirada no dia seguinte ao susto. Ela estava com a fixação do tubo de adulto, quasi nao se via o rostinho dela.

Cecília sozinha na sala 4, onde ficou a maioria dos dias que ficou na NEO. Nessa foto se vê o tanto de aparelhagem que ela necessitava.

Os sustos continuavam... dizíamos que viviamos numa montanha russa diária, nosso dia era cheio de altos e baixos, de manhã ela estava bem  de tarde já estava pior, e vice e versa...


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5 comentários:

  1. Eu lembro de vcs dois, contando essa história lá na Eda, alguns dias depois, quando eu estive em Porto...Nossa...me arrepio ainda hoje com tudo isso.
    Guerreiros do bem, vcs três.

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  2. Que judiaria ver ela tão indefesa já passando por tudo isso.
    Realmente ela é uma grande guerreira.
    Beijosss.

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  3. Afff...nesses momentos é que se percebe até que ponto vai a resistência e a persistência do ser humano...tanto para a Cecília, quanto para vcs....não tenho dúvidas que nestes momentos da vida somos carregados e amparados por Deus...caso contrário, seria impossível resistir...
    Assim como rezei muito para que tudo desse certo, agradeço muito a Deus por termos a Cecília conosco hoje!

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  4. Débie, lendo este post revivi o momento e senti a mesma dor de quando me deram aquela terrível notícia. Sei exatamente como vcs se sentiram.
    Posso imaginar o peso que vcs deixaram lá na Neo qdo puderam levar a Cecília pra casa... que alívio.

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  5. Ela é uma menina maravilhosa, que não canso de admirar...abençoada por Deus!!

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Obrigada por comentar! Fique atenta que responderei ao seu comentário no post q foi comentado. Beijãoo