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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A dor de ficar longe...

Os dias foram passando e ela continuava estável... Uma coisa que percebemos é que enquanto ela estava acordada ela competia com o respirador, mas quando dormia, se entregava a máquina, isto é, dormindo se não tivesse os respirador, ela não respirava... Foi baseada nisso que a pediatra havia nos dito que possivelmente ela iria pra casa com o oxigênio pra dormir... Essa possibilidade me assustava muito... Mas tinhámos fé que tudo ficaria bem.

No dia 15-10-2010 (vigésimo quarto dia em POA) aproveitando que ela estava estável, o Rafa e eu fomos até Garibaldi...
Passamos no hospital as 6:30 da manhã pra ver como ela estava e as 8:15 pegamos o ônibus...
Nunca imaginei que me sentiria tão mal... Quando o ônibus entrou na cidade senti uma coisa muito estranha, afinal eu sai com ela na barriga e voltei sem ela...

Quando entrei em casa foi pior ainda... olhei o quartinho dela e me desmanchei chorando...

Então peguei o que precisávamos e saímos... Nesse dia eu fiz uma promessa. Só voltaria pra casa de novo com ela.

Fiquei todo o dia pensando nela, liguei pra NEO duas vezes...

As 18:30 voltamos pra POA. Eu não via a hora de chegar... Parecia que o ônibus não andava...
Chegamos e fomos direto pro hospital... Não podemos vê-la logo, pois o cirurgião estava trocando o dreno pois ele havia entupido... Logo que fomos liberados pra vê-la fomos correndo ehehehehe, que saudades!!!
Queria poder dar um colinho... Ficamos na NEO até as 23:30, eu queria ficar com ela o maior tempo possível já que de dia não pude ficar...

No dia seguinte a Kamilly recebeu alta... Foi a primeira a sair da turma de pais que fizemos amizade!

Neste dia, eu fiquei toda a tarde sentada do lado dela, com uma mão batendo na bundinha e a outra, hora segurando o bico, hora mexendo no cabelinho e ela ficou toda a tarde bem calminha... Me impressionava como ela me olhava quando conversava com ela...

Naquele dia escrevi um texto pra ela...

"Ser mãe é uma ligação mágica. Como pode um amor assim? Não existe nada que possa explicar o que sinto por ti...
Saber que você faz tão bem pra alguém, saber que alguém depende de ti, saber que sua voz acalma e faz adormecer, isso tudo é inexplicável. Hoje posso dizer que não existe nada maior que ser mãe!
Tudo isso aflorando somente de vê-la e podendo apenas toca-la dentro daquela redoma de acrílico.
Quando estou la sentada te olhando, esqueço sondas, drenos, acessos, piques, tubos de oxigênio, cicatrizes, não penso em números, testes, medicamentos e nem nos resultado dos exames, só quero ficar la, te olhando, conversando e passando pra ti o amor e a segurança que te fazem tão bem... A recompensa é vê-la procurar por mim, mesmo que só com os olhos, a recompensa é  vê-la se acalmar ao sentir minha presença... Quem pode explicar isso?
A parte dificil é não poder dar um colinho, é saber que tudo ainda é incerto, é no final do dia ir embora e deixa-la naquela redoma de acrílico...
Mas filha, logo logo, tudo ficará bem, iremos pra casa e seremos muito felizes... Afinal não existem obstáculos intransponíveis quando Deus esta do nosso lado. Te amo batatinha."

Os dias eram muito sofridos... escrever era uma forma de desabafar todo o estress que eu sentia... Desde que soube que estava grávida comecei a escrever um diário, é o Diário da Cecília, não escrevo nele todo dia, mas sempre que acontece alguma coisa que eu considere importante... Muito do que esta escrito nesse blog, esta no diário dela...
Beijos

Um comentário:

  1. Débie, quando nos conhecemos, li esse teu texto no orkut e chorei muito, pois imaginava como seria quando chegasse a minha vez, e agora lendo ele de novo não deu pra segurar as lágrimas mais uma vez.
    Também fiz um diário da gravidez do João Pedro, ele vai ser citado no meu blog também... mais uma coisa que tivemos em comum. Cada vez mais encontro coisas parecidas entre a gente. Nossos caminhos com certeza se cruzaram por algum motivo muito especial.

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